Sushiman mais antigo da Capital, “China” celebra 30 anos de carreira

Alex Machado.

Carlos Antônio Duarte: Muitos podem não o conhecer por esse nome, porém, já curtiram momentos deliciosos e saborosos proporcionados por ele através de seu talento gastronômico inspirado na culinária oriental, se dissermos “China”, aí, certamente vão reconhecer o talento desde homem que dedica há bons anos, ou melhor, há 30 anos a fazer o que gosta, ser sushiman e conquistar o público campo-grandense pelos pratos que faz.

China é o sushiman mais antigo em atividade na cidade, aprendendo direto da fonte, com aquele que apresentou a Campo Grande esta iguaria que hoje muitos não consegue estar sem: o Sushi.

Nascido em Corumbá, veio pra Capital ainda criança. Em 1993, iniciou no extinto restaurante Nikko, na cozinha, mas em outra função. Dando muito trabalho a mãe na juventude, ela o colocou pra trabalhar. China explica como foi esse começo.

“Minha mãe trabalhava nessa área culinária japonesa e eu não gostava muito de estudar. Como eu era um guri que dava um pouco de trabalho, ela teve a ideia me colocar no restaurante para trabalhar. Conversou com o patrão e assim ele permitiu que eu fosse trabalhar”, conta. 

No princípio, foi lavador de pratos. Com o tempo, foi apreciando aquela atmosfera e algum tempo depois, descobriu sua paixão.

“Comecei como lavador de prato. Era muito novo, mas sempre olhando as pessoas trabalhar. Então fui me envolvendo, eles me ensinavam algumas coisas. A partir daí, descobri a minha profissão: ser um cozinheiro. Eu achei que podia e fui aprender a área do sushi e pensei: isso que eu quero ser, um sushiman. Gosto muito do que faço. Aprendi todas as técnicas com os melhores na época e assim fui indo. Me orgulho da minha profissão e, se tivesse que fazer tudo de novo, faria com certeza”, explica.

Profissional experiente, China aponta o diferencial num bom sushi. “O quão fresco o peixe se encontra, é uma questão determinante para a elaboração de receitas japonesas impecáveis. Se ele não foi comprado no mesmo dia, tem de ser conservado em um espaço correto”, descreve.

Sobre os requisitos para ser um bom chefe de cozinha, China acredita ser muito mais que fazer pratos maravilhosos, há outros elementos essenciais para isso. 

“Para ser um bom chef, não basta apenas saber elaborar os pratos. Primeiramente, é preciso ter amor no que faz, ter seriedade, responsabilidade no seu serviço, saber falar, ouvir, respeitar seus colegas de trabalho, reconhecer suas falhas, porque chef também erra e, se for preciso saber se desculpar, além, é claro, de estar sempre disposto a oferecer o melhor para os clientes, eles são a base de tudo, a cereja do bolo”, considera.

E um conselho para aqueles que desejam mergulhar neste universo.

“Tive o privilégio de aprender a fazer todos os pratos. O conselho que dou as pessoas que se propõem a seguir essa carreira, é gostar muito mesmo e se dedicar. Ser humilde, porque ninguém começa lá de cima e estar sempre disposto a mudanças necessárias” acredita.

Fazendo um balanço destas três décadas em atividade, China teve altos e baixos, mas os venceu e hoje é realizado.

“Cara, em todos esses anos, passei por muitas coisas boas e ruins. Bom, quando faço um retrospecto, pude ver onde eu errei e onde acertei. Tem coisas que não faria de novo, alguns momentos eu chorei, outros, eu sorri, mas valeu pena. Me sinto um homem realizado. Graças a Deus, que essa profissão me alcançou primeiro e não fui para um caminho errado, porque, você sabe, menino de favela, sempre pode acabar no crime, nas drogas”, finaliza. 

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