Ser empresário neste país é uma tarefa difícil, mas pode ser símbolo de garra e união quando a família se une em prol de um bem comum, empreender e fazer dar certo. É seguindo neste caminho, que a Auto Elétrica Irmãos Roma vem seguindo desde 1996. Já estabelecida em Campo Grande, essa história vem de antes, começa em outra cidade e em outro estado.
Conversamos com Alexandre Roma, um dos sócios-proprietários da empresa, junto com seus outros dois irmãos Alberto e Élcio Roma. Ele trabalha com seus sobrinhos, Beatriz e Lucas Roma e Wellington Rodrigues — filhos e genro de Alberto —, e mais nove funcionários.
O início
Natural de Presidente Prudente/SP, Alexandre deixou a função de carteiro em sua terra natal e veio para Campo Grande em 1996, trabalhar com o irmão, que já estava por aqui desde anos antes e explica como tudo começou.
— Somos de Presidente Prudente, São Paulo. O meu irmão Alberto já tinha vindo pra cá, ele já tinha uma auto elétrica aqui. Depois, ele achou uma outra auto elétrica de um rapaz que ia pro Japão. Negociamos e compramos essa empresa em 1996. Eu ainda estava lá em Prudente ainda. Trabalhava como carteiro pelo Correio. Saí do serviço e vim pra cá, eu vim para cá. São 27 anos que eu estou aqui em Campo Grande. Primeiro, alugamos e esse prédio onde estamos, aqui na saída de Cuiabá e montamos aqui, num ponto que já era oficina. Aproveitamos e fizemos ali mesmo, porque era um ponto já conhecido dessa área. Cheguei e fiquei cuidando dessa aqui. Na verdade, estávamos com três lojas na época. Depois de um ano, vendemos uma das oficinas que ficava na Rua Rua Barbosa e meu irmão, que estava cuidando de lá, veio para cá. Meu mais velho, tinha outra lá na Rua 14 de Julho. Vendeu e veio para cá também. Concentramos tudo aqui. Somando com as outras lojas que tivemos, temos mais de 35 anos de atividade comercial aqui—, explica.
Tudo novo
Cidade nova, trabalho novo, vida nova! Mudar de cidade geralmente é difícil no início, mas para Alexandre, com o apoio da família, foi mais tranquilo.
— No momento foi uma novidade. Eu praticamente nunca tinha saído lá da minha cidade natal, estava com uns 26 anos na época. Deixei de ser funcionário e virei patrão. Não foi tão difícil, porque eu tinha respaldo das outras duas oficinas dos meus irmãos. Foi uma fase de transição, de funcionário a gestor de uma empresa. Mas foi dando certo. Superei as dificuldades com o apoio da família—, conta.
Tradição e trabalho
Sobre como a Auto Elétrica Irmãos Roma, se estabeleceu no mercado como uma referência na cidade em seu segmento, Alexandre destaca a seriedade, a qualidade, ter uma boa equipe e o “boca a boca” dos clientes, é chave do seu negócio.
— Trabalhar com grande honestidade, dedicação e sempre aperfeiçoando nosso serviço, é um diferencial. Conquistamos muitos clientes pela propaganda “boca a boca”, consolidando várias gerações de clientes. Já estamos atendendo a segunda e terceira geração de clientes. Muitos falam que o pai e o avô vinham nos procurar. Então, pensamos sempre em fazer o melhor serviço possível, com um bom atendimento e seriedade, sem enganar o consumidor. Outra coisa que consideramos importante, é manter nosso quadro de funcionários, sem tanta rotatividade. Quando um cliente vem, o funcionário que o atendeu há dez anos atrás e conhece, continua e isso cria uma identificação com a empresa e reforça nossa tradição de bom atendimento. Até porque, tem poucos profissionais nessa área e aqueles bem qualificados, é difícil encontrar —, acredita.


A empresa trabalha com a parte de mecânica, elétrica e eletrônica, além de atender a área rural, se destacando na manutenção de veículos e maquinários.
— Trabalhamos na parte elétrica, mecânica e injeção eletrônica. Atendemos também fazendas, com reparos elétricos em máquinas e tratores. Prestamos socorro aqui dentro da cidade com consertos em alternadores, motor de partida, instalação elétrica e baterias, tudo o que compõe a parte elétrica do veículo. A injeção eletrônica, de admissão, motor (menos câmbio), trocas de embreagem, toda essa parte, além, é claro dos atendimentos em caminhões, máquinas e tratores, sempre indo no local, como socorro em fazendas—, explica.
O que dá mais problema?
Perguntado sobre quais serviços tem mais demanda dos consumidores, Alexandre diz que motor de partida e alternador, é o que tem mais saída, além de elencar a rapidez na execução do trabalho.
— Geralmente é mais no motor de partida e alternador. Depois suspensão e freios. O motor é em menor grau. Tem também injeção e ignição, que também apresentam falhamentos aos veículos. Uma grande dificuldade é ter o tempo necessário para poder trabalhar no carro. Como Campo Grande é uma cidade grande, a pessoa não pode simplesmente deixar aqui e ficar uma semana sem carro, porque ela tem que levar filho na escola, trabalhar, realizar seus compromissos, precisamos oferecer um atendimento muito rápido do carro. Então, é um tempo necessário para poder fazer uma boa execução do serviço, fazendo de acordo com o que dá certo. Temos autopeças junto com a oficina. Embora temos bastante peças, todo serviço que começamos a fazer, tem que pedir alguma de fora e esperar o tempo de entrega para executar o serviço. E não tem jeito. Então, agilizamos o máximo pra entregar um bom resultado —, afirma.
Pãe
Além de profissional e empresário, Alexandre dá duro em outra função: a de pai solteiro. Depois de vários relacionamentos, ele é pai de três filhas, do qual, duas, ele mesmo cria. E das duas, atualmente, uma mora com ele.
— Eu tive três relacionamentos. E de cada um deles, gerou um filho. No meu caso, filhas. Tenho três filhas, de uma mãe diferente. E sempre me dediquei. Trabalho bastante sempre para poder oferecer boas condições a elas. As duas mais novas, eu tive um contato melhor, mais próximo, tanto que elas vieram morar comigo. A primeira, que não muito. Era bem novo e o relacionamento com a mãe dela não foi muito estável e não consegui transmitir uma boa relação paterna. Mas as coisas foram se ajeitando. Hoje, ela também já está formada, terminou o curso de arquitetura. Está com 24 anos —.
— De minha filha do meio, fiquei dez anos casado com a mãe dela. E nos últimos quatro anos, ela veio morar aqui comigo. Faz um ano e meio que ela foi estudar em Florianópolis. Ela está cursando Biologia na Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente, só a mais nova, de 12 anos, está morando comigo —, explica.
Pai presente
Tendo sua filha de 12 anos sobre sua guarda, Alexandre conta um pouco de sua rotina dividida entre trabalho, casa e ser pai. O dia a dia é corrido, mas gratificante.
— A gente acorda cedo, né? Eu mesmo que faço o café e o chá aqui da empresa. Eu moro aqui na empresa, tem uma casa aqui dentro. Então, preparo o chá e o café, acordo a menina, levo pra escola, volto, começo o serviço, às 11 da manhã, busco ela, faço a comida, pois não vivo comendo de marmita, limpo a casa, lavo a louça. Enfim, faço tudo —, diz aos risos.

Para ele, algo que o cotidiano atarefado não afeta, é a cumplicidade entre pai e filha.
— Ontem mesmo, teve um jogo de futsal e fui lá, fiquei presente com ela, para sentir mais confiança. Depois, volto ao trabalho e lá por seis horas, sete horas da noite, eu paro, vou pra casa, preparo o jantar, ela vai tomar banho e jantar também. Às vezes, nesse horário, aproveitamos para dar uma repassada nas tarefas. Quando vai ter prova, estudamos as questões e nos dias normais sempre assistimos televisão juntos. E vamos seguindo assim, um dia após o outro —, descreve.
Sobre ser pai, Alexandre considera que a função é uma benção. Pra ele, um filho transforma um homem e uma mulher.
— É uma bênção de Deus! Um homem que não tem um filho, não vai deixar uma continuidade da sua história, do caminho dele. Ao partir, acaba a história dele, ali nenhum legado. E traz responsabilidade, o homem passa a ser mais homem e a mulher passa a ser ainda mais mulher quando tem os filhos, ajudando a amadurecer. Filho é para sempre. Existe ex-mulher, mas não ex-filho. E oferecer bons exemplos e ensinamentos para os filhos serem bons seres humanos —, acredita.
Salvo pelo Agro
Como qualquer pessoa e empresa, Alexandre diz que a pandemia provocada pelo Covid-19, afetou drasticamente a empresa e há sequelas deste período. Mas graças ao agronegócio e a garra do trabalho, a empresa se manteve em pé.
— Nós paramos de verdade uns 15 dias. Desse tempo, ficamos uma semana de portas fechadas, sem trabalhar, sem execução. Como as contas vencem todo dia e não esperam, não teve jeito: voltamos a trabalhar somente com uma parte do portão aberto. Depois, começamos a abrir um pouco a loja da frente, deixando só um metro aberta. Ao ir buscar peças, vi que o comércio em si, não estava totalmente fechado, estavam trabalhando. E eu falei assim: “Vamos erguer as portas e arregaçar as mangas”. Graças à Deus, conseguimos superar muito em decorrência do agronegócio. Foi o agro que conseguiu nos manter, ajudando a amenizar a crise na época da pandemia. Toda hora chegava serviço das fazendas, o pessoal revisando as máquinas para fazer a plantação, a colheita. Ainda estamos nos reorganizando pra quitar débitos dessa época, trabalhando no sufoco e recorrendo a empréstimos para manter nossa empresa aberta. Foi um período muito complicado —, revela.


Por fim, com anos de luta e trabalho e um negócio de sucesso em Campo Grande, Alexandre faz uma reflexão sobre as dificuldades do empreendedor e a importância da união familiar.
— Gerar um comércio, ser empresário, patrão, é difícil, trabalhoso. Há muitos impostos pra serem pagos, folha salarial e tudo mais. A carga tributária em cima do empresário é muito pesada. Muitas vezes, prejudicando nossa rentabilidade. Então, trabalhamos bastante pra gerar nosso prolabore. Temos concorrência? Sim. Mas, a união da família, ajuda a nos mantermos em pé, trabalhando, lutando, fazendo a nossa parte para manter a economia em ordem —.
Quem quiser conhecer melhor o trabalho desta equipe, destaque em serviços automotivos em nossa cidade, A Auto Elétrica Irmãos Roma fica na Av. Rodoviária, 1685, bairro Coronel Antonino. o telefone para contato é (67) 3351-8990 e seu instagram é @centroautomotivoromacg.